ELISA COSTA disse que a prefeitura não teria condições de atender pauta de reivindicações dos manifestantes em relação ao transporte público
GOVERNADOR VALADARES -
Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (27), a prefeita Elisa Costa (PT) se pronunciou a respeito das manifestações que têm acontecido em Governador Valadares desde a última sexta-feira (21). Elisa também falou sobre a pauta de reivindicações do grupo Vem Pra Rua GV, o qual ela recebeu na quarta-feira (26). Entre as reivindicações apresentadas pelo grupo estão a diminuição no preço da passagem de transporte público de R$ 2,20 para R$ 1,50; implementação do bilhete único; concessão de 50% de desconto no valor da passagem para estudantes, uma vez que no município o desconto é de 30%, e entrada de uma nova empresa, para haver concorrência.
Quanto à redução no valor da tarifa do transporte público, Elisa disse que no momento não há essa possibilidade. A Prefeitura de Valadares explicou que o preço do serviço está congelado há dois anos e três meses, e não se cogita nenhum aumento da tarifa neste ano. Ainda ressaltou que constantes pedidos para aumento da passagem foram feitos pela empresa Valadarense. O último aconteceu este mês, no valor de R$ 3,10, mas foi negado.
A concessão de 50% de desconto no valor da passagem para estudantes também não acontecerá. Elisa afirmou que para isso acontecer demanda estudo e recursos. Ela ressaltou que os valores das passagens correspondentes ao passe livre dos deficientes físicos e idosos já são competência do município, e isso demanda recursos. Ressaltou também que até o final de 2014 100% da frota da Valadarense terá elevador e espaço reservado a cadeirantes, deficientes físicos e idosos.
A prefeita afirmou que serão implementados a integração das linhas e o bilhete único, sistema que permite o passageiro utilizar dois ônibus pelo preço de um. Ao entrar em um ônibus, o passageiro pagará o valor atual da passagem, R$ 2,20. Ele saltará do veículo em um terminal e no período de 1 hora poderá tomar outra condução sem pagar outro valor. O serviço funcionará a partir do dia 7 de setembro e será implementado na cidade gradativamente. A primeira fase compete à região da Ibituruna, as duas outras terão terminais no centro da cidade.
Elisa falou sobre o projeto de mobilidade urbana, o qual já está em fase de levantamentos e procedimentos no Ministério das Cidades. Esse projeto definirá intervenções no sistema e nas vias públicas de Valadares, como por exemplo, a delimitação das ciclovias e corredores próprios para ônibus.
Quanto à entrada de uma nova empresa de transporte urbano, a prefeita disse que houve a abertura de novo processo licitatório, no qual 18 empresas adquiriram o edital. “O procedimento obedeceu aos princípios legais, de acordo com a Lei de Licitações e Lei de Concessão, e o edital permitiu a formação de consórcio com a participação de mais de uma empresa. No entanto, não houve interesse das mesmas, visto que apenas duas empresas participaram de todo o processo em que a empresa vencedora foi a Valadarense.”
Questionada sobre a reação da população ao não atendimento de propostas como a redução no preço da passagem e desconto aos estudantes, Elisa afirmou que acredita que a população entenderá sua posição e que o momento agora é de melhorias no trânsito, na frota existente e nos funcionários da empresa de transporte público.
Questionados sobre o posicionamento da prefeita com relação à pauta enviada sobre o transporte urbano de Valadares, manifestantes do grupo Vem Pra Rua GV responderam que continuarão com as manifestações, pois não foram atendidos. “A não concessão do serviço exigido através das manifestações implicará na continuação dos protestos, inclusive, possivelmente uma intensificação deles. A partir do momento em que não havia comunicado oficial, como o que seria feito com relação às manifestações, a população ainda estava em dúvida do que fazer, apoiar ou não apoiar. A partir de agora, que foi dado o comunicado, que o governo não irá ceder ao pedido feito através das manifestações, eu creio que vai gerar uma posição de apoio maior do que a que a gente vem tendo no decorrer dos dias”, disse o manifestante Victor Eugênio.
“A prefeitura fez um comunicado dizendo que não iria responder aos pedidos da sociedade, que era impossível baixar o valor, rescindir o contrato da Valadarense e conceder 50% de desconto no valor das passagens aos estudantes, algo que está dentro da Constituição. Tivemos uma reunião nesta quinta-feira (27) na Risp [8ª Região Integrada de Segurança Pública] e foi questionado o poderia ser feito para pararmos as manifestações que param o trânsito. A nossa resposta foi: se [o Governo] submeter às vontades da sociedade, não tem como a sociedade parar os ônibus. Porém, a prefeitura acabou de dizer que não vai fazer isso. Nós, que estávamos lá representando a sociedade, não somos grandes o suficiente para parar a sociedade. E se foi dito que só se respondesse aos pedidos iríamos parar e não foram respondidos, o que nós podemos fazer? Vai ter que continuar parando os ônibus”, afirmou o manifestante Cristofer Rodrigues.
Ass;Adriano.F.Santos
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